Trovas





Se cai para frente
esfria, amolece na alma
se cai para trás, adormece
se tranca no carma.  

O corpo diz sim
a mente diz não
a alma puxa os dois lados
 e o que diz o coração?

O amor dá risos quando está livre,
pede a boca em desespero
Tem desejos esquisitos
Perde a sanidade o dia inteiro.

Amar é para pouquíssimos
Odiar é para muitíssimos
Falar é para muitíssimos
Fazer é para pouquíssimos

A falsidade se esforça para ser gentil
A vaidade não quer saber do imperfeito
O orgulho jamais vai ter um olhar juvenil
E o egoísmo, para a caridade, nunca vai ser eleito.

O frio não é tão frio quando se tem amor
O amor é tão amor quando não se sente frio
Mas, se sentir frio e não pensar no amor
Não se sentirá amor se alimentar somente o frio.

Sob o céu estrelado que flutua nessa rua
Voo com o vento e esparramo muito amor
Para que encontre outros corações incertos
Para não se sentirem sozinhos, e demitam a dor.


Tudo o que se faz na vida
Seja na vida o for
Sempre se faz mais perfeito
Quando se faz com muito amor.


Agiganta os alicerces, traz satisfação
E confia no que há dentro, meu doce
E se ficares na rua aceitando o coice
Seu fim será com a desilusão.


Caiu, mas levantou-se fortificado
Sabia que não ganharia dessa vez
Colocou-se a querer ser o francês
Que não era menos que um desalmado.


O nada era um quadro da memória
Em que o garoto pintou no coração
Quando sentiu que a alma chora
Nunca mais ficou no nada, na ilusão.


As falaçadas da noite parda
Descrevem na escrita de um mendigo
Que traz o cenário do pobre e do rico
Que se apaixonam por uma mesma de sarda.


São crises da meia noite a esmo
Quando um canto açoite, inebria
Traz no centro a imagem fria
Um bêbado, conversando com ele mesmo.


São palavras de casos reais
Aqueles que nunca acontecem
Vivem nas imagens banais
E logo, de longe, enlouquecem.


O trovador ensaia a alma que diz
Vê paisagens internas e externas
Ressalta a vida, é um aprendiz
Tira todos que vivem na caverna.




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