Dessas que são só poesias




Deseja a liberdade
Sorri com a lua iluminada
Tenta sentir o universo
Sem ninguém se apegar.
Odeia! Ah, como odeia um chiclete.
Ou qualquer coisa que grude.
Independência ou morte!
Se solta em sua quimera.
E viaja a sós.

Ah dessas sempre egoísta
do tipo que atrai curiosos
que finge as vezes que conquista
mas que sabe ser feliz só
um dia disseram
que horror
naquele dia mataram o amor
plantaram a dor..
que cultivou...
desde então..
dessa que um dia admirou o vento
e sentiu o tempo
todo em si...
dessas que acredita
que o tempo é só uma medida
e que a vida,
a vida nunca é uma chegada,
é sempre uma partida!

E gosta do tempo a gosto
De poesias abstratas
De cores não mundanas
De gestos esbaldados
De sinfonias desconhecidas
E as conhecidas, é claro!
A vida é muito importante
Para ser desperdiçada
Com algumas mundanisses.
Há tanta luz em buracos escuros
Esperando e esperando...
As rugas do rosto
Demostram a idade
Mas o espírito reage em fala concreta.

  
 Dessa que deprava a existência
que não tem paciência
para declarações
dessa que sorri
que gosta
que ri
Sem ter intenções
dessas que sabe que o riso
é sinfonia
e que gemido é poesia.
Dessas que tem a asa quebrada
a aureola arrancada
mas de vez em quando tenta voar
dessas que um dia viu a liberdade
encarcerada na sua prisão
desde então encontrou-se na saudade
mudou-se para tristeza
e convive com a solidão...

Adora amar os pequenos
Ilude-se na imensidão da existência
Namora com as estrelas
Invade inocências
Canta com os pássaros
Ri com grilos
Senta e ouve a sinfonia do dia.
Entusiasma-se com abraços de graça
A ponto de envolver-se loucamente
Fecha os olhos e se aninha
Com a sua própria companhia.
Fica de madrugada à mercê
Do classicismo bethoveriano
O quão adora o mar à noite
E o céu durante o dia.
Varre as angústias
Pois que na sua imensidão
De estranhas divagações
Nada fica.

E com nada fica
e a nada abraça
só sabe que passa
o que tem de passar!
Já foi pior parte
se foi melhor parte
alguém ainda vai falar
quem sabe
ninguém sabe...
Eu já fui tudo.
Mas gosto mesmo
de ser o nada.


E eu penso que tudo isso divaga
Não há raízes que prenda
Não há nada que explique
Não há nada que balance mais
Do que uma alma
Em sua anarquia profunda
Ou a sistematização de tudo
Que consegue se encontrar
Em qualquer situação
Destas que foram expostas acima.



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