Na dança complementar




E passou por cima da dor rasgada
Em passos emotivos, de um jeito musical
Toda essa eclosão de emoção que emanaste
virou uma coreografia de fuga da realidade
recheada de entraves, um resume de contrastes.
Mas meu amor, eu sei que sou mais racional
Isso está na minha alma, desde cedo lançada
Ensina-me a ser a emoção, onde é que me deixaste?

Se Clarice diz que o mundo todo vivo
Tem a força de um inferno,
Eu afirmo, pois já enfrentei infernos
Feito esses invernos que nunca cessam de gelar.
Então, quando eu vejo estou num precipício
Todavia,  não tenho medo de cair, só vontade de rir.
Pela vontade que tenho só de amar.
As pessoas se iludem demais, criam monstros, e sofrem horrores.
Me deixe circular na dança do teu calor.
E me irrigar das chamas que se espalham pelo ar.

Deixo minha essência em tuas saudades
Deixo minha razão driblar tuas tempestades
Emocionais, de sonhos irreais
Das quais tuas lágrimas se achem insuficiente.
Mas saiba meu amor, a tua emoção
É tudo o que eu precisava nesse momento
O contrapelo de mim te reconhece gratamente.
meus olhos navegam na sobra do teu tormento
Mas fique tranquilo, tenho força para expulsar
qualquer demônio que venha a nos incomodar
Pois, diante da luz que brilha, em nós, no momento.
A inveja alheia aumenta, e sabes o que penso disso?
Foda-se! Eu sei ser feliz do meu jeito, queres vir comigo?

Nas partidas da vida, dei muitos tchaus por aí
Sem saber para onde ir, vivi dentro de freezes
Nunca me conheci profundamente em mares quentes
Porque de repente, eu sabia que alguém podia mais.
Em valiosas águas de tempestades ardentes
O meu racional não resolveria de modo voraz.
Sou a lentidão emotiva dos transeuntes
Não espere lágrimas de mim.
Espere compreensão acima por baixo de panos banais.
Posso ser teu porto seguro, onde tu vais ficar contente.

Meu amor, dance na chuva dos prazeres da alma
Com minha presença, que te oferece paciência e calma
Não fique nos mundanos, a pista de dança já está lotada.
O sentimento vivo dentro da alma
Somente se explana quando o banal não chega perto.
Não me cobres nada, meu amor. Nada.
Deixe-me ser quem eu sou assim me terás por perto.
Só posso te dar o que tenho guardado em mim.
Assim, te darei o meu melhor, aquilo único
Desde que a tua pressa seja somente de cultivar.
Tudo o que a alma oferece, de um modo particular.



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