Aquela noite
Era de noite, mas não uma noite comum
a meu ver era a "noite".
Uma noite não como outras,
não como a de ontem,
e nem como a de hoje
ou outra qualquer por aí.
Onde a imensidão, por vezes, tenebrosa,
manda embora angústias isoladas
no peito de alguém que chora.
Uma daquelas nevralgias sem cessar,
e que se infiltra por lugares estranhos
que só os nervos entendem.
A noite que eu vi,
com meus olhos da alma e não os carnais,
me fizeram descartar
as falanças das bocas banais,
que gostam de amar o fútil,
sendo irrelevantes até em pensamento.
Tudo isso se firmou
ao tamanho de um grão de areia
escondido debaixo de uma pedra gigante,
talvez a pedra encarregada
por esconder escombros sem nexo, abomináveis.
Voltando aquela noite.
Ah, mas aquela noite não sai da minha mente,
ela estava tão silenciosa na sua infinidade de ser,
não pude deixar de saborear cada segundo.
Eu a reparei de todas as formas possíveis,
mais que as outras noites,
mais que outros dias
e outras madrugadas.
Aos meus olhos e aos meus sentidos,
todas as cores daquele instante
pintaram-se em tela plana um desenho vistoso,
do momento crepúsculo ao amanhecer.
Aquela noite será marcada
ao som dos meus pensamentos mais recônditos.
Foi o momento em que eu beijei o céu
só para poder encostar na noite.
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