Do velho, o novo
Chega uma
hora em que seu espírito quer mudanças.
Quer buscar
um novo sabor, cheiro, paisagem...
Sentir o
cheiro de um desejo não reconhecido.
Olhar a brisa
que agora soa diferente
e que antes
você não a percebia que tinha cor.
Chega uma
hora que pares não fazem sentido
que os
ímpares são bem melhores ao seu ver.
E que nada é
mais gostoso do que acompanhar essa mudança.
Chega uma
hora que seus sentidos exigem outros recantos.
Que seu
corpo que passear em outras ruas.
Que seus pés
querem sentir os grãos de areia de outro deserto.
Que sua
boca quer sentir gostos inesquecíveis.
Beethoven já
soa melancólico no ar, não é mais o mesmo.
Tudo em
volta tem um pouco de rostos contorcidos de dor.
Querem algo que não sabem o que querem.
Bocas que
falaram coisas sem pensar e depois adormecem em si.
Querem esconder o que saiu, mas o que sai já está à mostra.
Olhares que
se cruzaram e se apaixonaram num instante.
E quando
chega essas horas, não há tempestade que maltrate a terra.
Que faça que tudo continue igual, mas ali já mexeram, não dá.
Não há
palavras que se tranformem em um texto coerente.
Pois o velho
está indo e um novo está querendo ficar.
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