Nos olhos dele


Às vezes, no silêncio da minha memória
Me pergunto: quando ele vai chegar?
De uns tempos para cá ando emotiva
Sentimental demais, parece que
sendo eu não exatamente eu, estando
pois que há milhares de pessoas assim
que penetram o meu campo e eu
empaticamente sinto achando ser eu.

E quando atinge o coração lá vem ele
fazer parte dos meus pensamentos
Por vezes, fico na janela achando que ele vai chegar
Esperando que ele apareça
Nem que for para me dar um abraço
E dizer: “Como tem passado?”
Me arrepio, e não ignoro o meu estado.
Só faltava ele para ser tudo perfeito
Mas, como aqui nada é perfeito
Ele ainda não chegou para ficar.

Aí eu olho para o lado e não vejo nada
Além das criaturas costumeiras
Que meus olhos estão acostumados
Fazendo rotina em minhas retinas
Sou capaz de sentir o cheio dele
Mesmo de longe
Sem poder o tocar.

Sinto então aquela imensa saudade
Poderia estar lá, com ele
Sentada naquela cadeira em frente a dele
O encarando só  para sentir sua vibração
Apoiando meu queixo nas mãos
Que por ora estariam estacionados
Às costas da cadeira.
Sorriria com os olhos
E diria muito mais.

Então, olharia a camisa vermelha
As sobrancelhas grossas e pensativas.
Suas mãos masculinas e perfeitas
E seus olhos perdidos nos meus.
Eu faria poesias com aquela distração.
Eu realizaria uma quimera  

E somente falaria de amor.

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