Insonhos


Além dos meus olhos
Há um mar que navega sozinho
Dentro do próprio horizonte,
Onde há sinais de vida,
Além daquela que vejo.

Lá, jazi em um buraco meio torto.
No México, num cortiço.
Cheio de cabelos pobres,
Vestimentas infelizes,
E olhos cheios de vazios.

Uma época de tortura psicológica.

Cresci comendo insonhos
Desinteresses pela sobrevida.
Insonhos que eu mordiscava.
Queria sentir o sabor deles em mim.

A poesia da vida me rimava
Quando se tratava de nostalgia
Pele vazia, sem vida de viver.
Sobrevida.
Ai que dó!
Como aguentei tantas inverdades?!
Está logo abaixo do meu queixo.

Na erraticidade se encontram personalidades
Das mais pesadas,
feito ferro quente na cara.
Que não descola jamais.
E foi pela dor que conheci alguém
Que eu jamais imaginaria
Que pudesse existir nesse além:


A minha alma esquecida.

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