O ontem


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O ontem não volta.

Há chamas do ontem, envoltos ao hoje
que se aconselham, se entrelaçam.
Se realçam no aparelho que bate forte no peito
O ontem não tem mais volta.

Ontem minha voz era doce
 Hoje, bom, muda tanto que não sei mais...
O branco já aparece nos cabelos.
Os pensamentos do E SE...
as faíscas de agonia por tentar mais uma vez. 
A síndrome do Pânico, por tentar saber sempre mais.

Ontem, minha boca se calava,
precisava ser ouvinte
e pedinte, ao mesmo tempo
da sabedoria Divina.
Hoje ela tem muito a dizer,
de acordo com todo conhecimento já lapidado.

Ontem descobri que não sou nada sem
filosofia, a ciência e a religião
Porque achei que ontem eu já sabia o caminho
para chegar a esses tipos de conhecimentos.
Ontem eu era uma garota simpática e meiga,
hoje, além desses adjetivos, eu adquiri locuções adjetivas.
Visto que sou do amor, da criança, da infância,
da lua, de Mercúrio, da vida, da esperança.
Eu não sou só de mim, pertenço ao mundo.

Ontem, eu achava que o conhece-te a ti mesmo
era uma aliança comigo mesma: com as várias faces de mim.
Me embebedei de conhecimentos, 
eu era seletiva demais.
Hoje descobri que tudo é tão interessante!
Sempre houve um mundo de possibilidades.
Eu estava somente nessa direção,
foi aí que olhei para todos os lados.

Ontem eu estava na superfície.
Hoje, já passei da margem.
Meus olhos da alma já estão mais atrelados com os sofrimentos,
não sei mais ficar só.
Não sei mais ser o ontem,
que até então abraçava qualquer solidão
jogada na calçada de qualquer um por aí.
Levava para casa e cuidava.
Hoje, já não levo mais nada para casa,
pois, se cada coisa tem seu lugar, 
eu não posso ser intrometida de desarmonizar o universo.

Ontem,
Eu adormecia na poesia de mim.
Hoje, me encarrego de estar junto e desenvolver ideias.
Ontem,eu era muito racional e distanciada.
Hoje, aprendi que, aprendendo a lidar com as emoções,
eu somo muito mais do que escondê-las dentro de mim,
pelo simples fato de eu não ser mais só eu,
sou um pouco de mim, e um pouco de nós.

O ontem se foi com adeus embriagante,
levando pelas ruas adiante,
a música que me fazia dançar no quintal de corações tristes.
Não abandonei esses corações, 
só optei por navegar em mares diferentes,
levando comigo sempre, e para sempre.
Tudo o que se construiu junto comigo.









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