Ao alemão da era clássica




Ele habitava em uma sombra de lamentos
Aonde se encontrava somente em seus dons
Lamúrias escorriam da chuva para o vento
Em agonia aos barulhos que formavam tons

Magoado ele ficava com o tamanho dos preconceitos
Tamanho mar de etnocentrismo descalçado
Pois naquele tempo o único refúgio que ele tinha
Era o mar negro de dentes brancos, sentado.

Esquecendo-se das partes incultas e rudes
Sentava no mar negro compondo sonatas de alegria
Lembrando-se das mudanças que fizera
Por culpa dos que criticavam o que era de sua autoria.

Foi admirado como nenhum compositor foi
Tamanho era o sucesso que adquiriu e conquistou
Mas a surdez foi avisando sua chegada
Não queria viver sem aquilo que tanto amou.

A sensibilidade dos ouvidos não mais o ajudava
Aos poucos a audição foi se esvaindo pelo ar
Mas uma luz acendeu-se por fim
Um mundo abstrato e interior veio a adentrar

Obras sucintas eclodiram pelos horizontes
A doença não o impedia de compor
De obras efêmeras as mais longas
Teve sua qualidade e essência com fervor

E que fases venturosas a da mocidade
Porém, havia tempestades psicológicas e melancólicas.
Mais tarde quando a surdez veio para ficar
A solidão era sua companhia simbólica

Obras clássicas e paradoxais
As músicas bethoverianas semânticas
E todo aquele século o idolatrou
Pela subjetividade das músicas românticas

O sentido que deveria ser mais perfeito
Era deveras o que mais se fragilizou
Não havia mais sentido para viver
E o suicídio fez um convite e ele aceitou.

 Ah Beethoven...
 Não será esquecida a herança que deixaste para o mundo
Muitos se viram nas obras do teu abstrato
Fundindo-se nas tuas alegrias e tristezas
Da sensibilidade de ter a oportunidade de conhecer o que é de fato lindo.


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