Então, sou eu assim

 

Nas estradas vagas da solidão

Percorri por caminhos variáveis
Que não eram meus, por vezes meus
Eram dos meus egos criados
Para viver em sociedade.

Nem tão meus eram meus
Os pensamentos que surgiam
De minhas vésperas de tormentos
Do desistimento de ser eu.
De querer me guardar num canto.

Eu não me deixei ficar assim
Já disse que não sou permanente
Pois algo crescente se altera em mim
Não me deixa ser a mesma sempre
Não enquanto meu coração bater.

O coração é a maior fonte de energia
E é ele que cria as minhas raízes
É ele de manhã que me desperta
Que me envolve sem as vaidades
É ele que deixa a minha visão aberta.

Não mais sou aquilo que tenho que ser
Se tiver que mudar, eu mudo sem questionar
Tenha paciência para as crianças da vida
E sei que vez ou outra eu também sou uma

Com medo do escuro querendo um colo.

Só me deixo ser feliz quando preciso
Gosto de gritar uma musica clássica
Assoviando as notas musicais pelos lábios
Gosto de conversar com Jesus assim
Ele sempre me ouve com atenção
Eu o amo mais que a mim mesma.

Meu ser se constrói, peça por peça.

Mostra arquétipos de todas as faces
Misturam-se com meus eus diversos
Me monta com as cicatrizes do universo
E me faz ser quem eu não sei quem sou.

Só sei que o amor permeia em mim
Me faz ter essa vontade de acordar às cinco da madrugada.
Invadir o dia com a frequência de segunda-feira
E querer sorrir com o frio que traz o vento.
Eu descobri que tudo isso me fez querer mais.
Quero mais é continuar sendo assim, e só.