O amanhã não existe
E se amanhã
eu já não estiver mais aqui?
Só depende do tempo terráqueo para eu estar, não ser
E se não falei
tudo quanto é necessário?
E se eu não
disse tudo o que era para dizer?
Não tenho
medo de ir embora, com palavras guardadas
E nem choros
calados, em noites traiçoeiras.
Eu acho que disse mais em linguagem muda
Aquela que o coração expurga pela alma e sai pelos olhos.
Nada pertence
ao amanhã nesse cabível tempo passageiro
Ele é
simplesmente intocável, e não se repele dos minutos.
Cabe ao
tempo nos apresentar em horas o que passa
A música que
soa no recinto abraça os segundos
O corpo veste
o chão com sombras de lembranças
Os lábios
escondem sorrisos que deram ontem
Os olhos
guardam, na memória fotográfica, as imagens fictícias
E se o
amanhã chegar e eu não disser que amo o suficente
E se ainda restar dívidas...
Fica aqui registrado: amabam amare, par pari refertur
Comentários
Postar um comentário