O música o toca

 Ele reflete e, essa é uma atividade costumeira.

Degusta palavras jogadas ao vento trazidas no momento.

Olha o tempo e se recolhe em sua dimensão.

Tenta abstrair e exterminar semelhanças de ilusões.

Conforta-se por ter a imagem abstrata de alguma solidez.

Distrai seus egos, para que o respirar seja prazeroso.

Ele olha para céu e pisca pois, uma gota de chuva cai em seus cílios.

Seu coração está tranquilo e inquieto ao mesmo tempo.

Ele olha no relógio para ver quanto tempo já se passou.

Olha para o lado, pois um barulho o desperta.

Passa a mão no cabelo comprido para achar soluções.

Olha no celular, vê as novidades e silencia.

Se perde no momento de leituras rápidas a provocar indagações.

A sobrancelha ergue-se por alguma surpresa que lê.

Logo, pega o guarda-chuva quando sente os pingos engrossarem.

De volta para casa, coloca os fones no ouvido.

A música o invade e ele se distrai.

Aquela que ele acabara de cantar, no show.

Um clássico romântico adentra e gera-se a serotonina.

Pessoas estão à volta, mas ele nem nota.

A garota de vermelho o olha querendo a sua atenção, o acha bonito.

Uma criança loira o olha, esboça um sorriso porque o acha engraçado.

Pois, a rosa em suas mãos não é uma miragem costumeira.

A senhora que está com a criança também sorri da alegria da pequena.

Ele nota, dá um sorriso amarelo e volta para seu mundo musical.

Ele relaxa e respira bem fundo, sem pressa de nada.

Não há mais chuva e ele chega a casa e se joga no sofá.

Pensa no seu dia e, começa a escrever tudo em sua mente.

Tudo que seja interessante deixar em algum lugar registrado

Enquanto seu corpo descansa do dia cansativo.

Cochila uns estantes e tem um dejà vu.

Ele sentiu alguma coisa voltar e tocar sua alma.

Aquela música ainda perambulava seu ser e o tocava bem fundo.

Era alguma saudade acumulada que criou coragem e veio à tona.

Algo que ainda não aconteceu na sua realidade.

Logo, ele se deixar ir a fundo.

Viu cair na sombra da tempestade

Resíduos de amores perdidos 

Que trouxe o vento.

Um dia eu disse a ele: 

"Quando a suave noite tocar seu rosto musicalmente,

E você sentir de leve um arrepio, sou eu.