Um fragmento dela
Eu
a vi passar silenciosa pelas beiradas da rua
Parecia
ter saído de um duelo ou coisa assim.
Cabelos
castanhos soltos ao vento, despenteados.
Olhar
assustado e de um "não me pergunte nada".
Caminhava
entre as pedras ziguezagueando-as.
Ela
parou e me viu. Firmou-se em forma de estátua.
Surpreendida por
saber que alguém estava a vendo.
Arregalou
os olhos mais ainda e nada saiu de sua boca.
Segurava
em suas mãos um caderno contra o peito.
Seus
cabelos compridos tapavam a metade do rosto.
Usava
uma saia azul acima do joelho e uma blusa branca.
Ela
demonstrava não querer se aproximar, queria ficar só.
Ainda,
mostrava interesse em ficar e saber o que estava acontecendo.
Então,
eu a deixei, sem falar absolutamente nada.
Só
a olhei virar seu rosto para frente e, dar seu primeiro passo.
Nenhum
sorriso habitava àquele rosto.
Seu
corpo desejava se afastar cada vez mais.
Sua
mente estava longe, presa em outro lugar.
E
seu espírito já não sabia o que pensar.
Ela
deixou sua marca.
E um fragmento avisando que, algo
ali dentro daquela imensidão
só queria ser compreendida por alguém, e mais nada.
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