Chá das cinco

Estávamos
ali, nós dois e a natureza.
Embriagando-nos com a suave
música dos pássaros.
Jogados na areia da praia.
Comendo manauê.
Com chá de anis estrelado com
gengibre.
Quase pronto para tomar.
Falávamos da vida
Do nosso governo
Das sujidades crescentes.
De quanto tempo levaria para
limpar tudo.
Rimos da situação, seria
cansativo demais.
Mas voltamos ao presente.
Ninguém mais andava a pé
Porque a preguiça e o conforto
eram maiores
Ninguém conversava mais
pessoalmente
Existia a internet.
As pessoas querem tudo para
ontem.
Não se importam em esperar.
Daí, eu perguntei ao meu amigo.
- Se eu oferecesse um copo de água
fervente, você tomaria?
Ele pensou. E em seguida
respondeu.
- Não.
Pensou de novo. E indagou:
- Mas por que eu tomaria um copo
de água fervente?
- Você disse não em sua primeira
resposta, correto?
- Correto. - Respondeu.
-
Eu disse para você para tomar naquele momento?
-
Não.
-
Você poderia esperar a água esfriar e tomar.
Ele
ficou pensando. E depois veio a falar.
-
É verdade. Isso só mostra a minha ansiedade.
Não
pensei, e sim falei de imediato.
Logo, discutimos
sobre a questão da ansiedade.
Enquanto
uns esperam e raciocinam,
Outros
estão com pressa e quebram a cara.
Não esperam para desfrutar daquilo que imaginavam não ser bom.
Continuamos
naquela linha de ideias.
A
tarde desaparecia aos nossos olhos.
-
Em pensar que nasci de sete meses. - Ele
disse.
-
E eu nasci de dez meses. - Eu
disse. – Uma coisa não tem nada a ver com outra.
-
E o chá, ainda muito quente?
-
Não, já está no ponto certo.
-
Que bom, agora o sabor será melhor.
Aprendemos
lições o tempo todo. E
bem aventurado é aquele que presta atenção em si mesmo e nas oportunidades, para configurar-se sempre que achar necessário. Tirando
proveito e estando aberto ao aprendizado.
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