Encontramos amor em um lugar sem esperança


Era lindo o contato que tínhamos e as palavras tão sinceras. Deus havia me permitido estar naquele lugar para conhecer o Du. O lugar não era bonito, as pessoas que estavam lá eram muito negras por dentro. E lá estávamos, sentindo que não havia nenhum fio de esperança na mente daqueles tolos; eles eram mais felizes assistindo a desgraça dos outros. Havia muitas regras a seguir, e nem assim, era suficiente para amenizar os enfadonhos.
Até ríamos às vezes da infantilidade daqueles tolos. Não era possível identificar quem era o mais imaturo, todos em menor e maior grau eram assim. E pior que ninguém tinha atestado de louco, eram todos sãos. 
Se vissem o tamanho de suas mediocridades ficariam assustados. Elegeram regras, mas não queriam cumprir. Tentávamos manter a ordem, mas às vezes era impossível.
O contexto da nossa história era de grande prova. Éramos discretos. Ninguém ali conseguia enxergar bons sentimentos, principalmente o amor. E foi ai que a frase que ele escreveu fez sentido. Em meio a um turbilhão de gente se explodindo de maldades, nós encontramos o amor. Mas no fundo, havia uma sensação temporária desse sentimento. 
Não é fácil explicar o que se sente, mas a certeza é que se sente alguma coisa. E só o fato de sentir já está bom. E também, sentir coisas boas. Pois então tudo fica mais fácil de encarar. Já estávamos preparados. Aceitamos.

Então, um dia escrevi, sem vontade falar:


E ele respondeu:


Hoje eu sei o porquê foi tudo tão rápido. Nosso grande encontro tinha que acontecer. Tudo tem uma explicação, e nem sempre ela nos é mostrada. Pessoas ficam, e depois se vão. Lembro-me bem dos dias incríveis, as conversas sem fim, os conceitos parecidos; a noite de luar que deleitamos, dos dias ensolarados, dos banhos de chuva, dos gestos infindáveis de carinhos sinceros e doces e, uma troca de energia sem igual.
Às vezes, em momentos de distração, me pego sentindo saudade. Sei que, por vezes, ele também pensa em mim, pois sinto vibrações nesses momentos e sei que em algum lugar dos pensamentos dele, lá estou.
Ainda cultivo aquela semente que ele plantou em mim. E enquanto ela germina, eu vibro de alegria, arrepio-me sempre. Ainda sinto os nossos abraços, aquele conforto, aquela proteção. As palavras de pai, de filho, de avô, de irmão e de alguém especial. Não há fim para aquilo que não tem que acabar. Não lamento não estar mais degustando daquela companhia, e sim porque um dia eu a tive só para mim.

Aí lembrei do Frejat - Túnel do Tempo

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